Mercado de trigo no Sul aguarda leilão da Conab
No Rio Grande do Sul, a colheita alcançou 42% da área cultivada
No Rio Grande do Sul, a colheita alcançou 42% da área cultivada - Foto: Canva
O mercado de trigo no Sul do Brasil segue em compasso de espera diante do anúncio de um novo leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com previsão de movimentar cerca de R$ 67 milhões. Segundo informações da TF Agroeconômica, esse volume seria suficiente para abranger entre 200 e 230 mil toneladas, mantendo o setor em expectativa quanto aos impactos sobre os preços e a logística regional.
No Rio Grande do Sul, a colheita alcançou 42% da área cultivada, índice inferior à média das últimas cinco safras (64%), conforme dados da Emater. O atraso é reflexo de um ciclo mais longo de maturação das lavouras, provocado pela alternância de chuvas e temperaturas amenas. Apesar de a sanidade ser considerada satisfatória, há registros pontuais de ferrugem e giberela. No mercado, o trigo tipo “milling” recuou para R$ 1.160,00 por tonelada no porto de Rio Grande, enquanto trigos com maior teor de DON apresentam descontos e são negociados até R$ 1.090,00.
Em Santa Catarina, a comercialização segue lenta, com as primeiras ofertas ainda acima do valor de mercado. Lotes de Xanxerê foram oferecidos a R$ 1.250,00 FOB, enquanto moinhos operam com preços entre R$ 1.130 e R$ 1.150 CIF. Já no Paraná, o leilão da Conab não deve causar grandes impactos diretos, embora possa reduzir a entrada de trigo gaúcho mais barato. A média estadual recuou para R$ 64,10 por saca, o que mantém o produtor com prejuízo médio de 14%, considerando o custo de produção estimado pelo Deral em R$ 74,63. Enquanto os moinhos aguardam definições sobre a qualidade e o volume final da safra, o mercado futuro permanece como alternativa estratégica para travar preços e reduzir perdas, especialmente em um cenário de oferta elevada e margens apertadas.